era eu o oponente,
atento a cada vacilo,
ao instante inerte,
implorando pelo sopro santo
da resposta tardia.
A que determinaria o futuro,
em um passado remoto.
Mordo o interior da boca,
remonto a ontem
e miro o braço,
fechando como um cadeado
o corpo sedento de tato.
Faíscam os olhos,
lamparinas em meio à tempestade.
Nas margens do silêncio,
ao som da chuva
que inunda a rua
e imuniza a despedida,
teorizo.
Como chegamos aqui
e por que resolvemos
voluntariamente
nos perder,
é fácil dizer.
A razão de nos encontramos
sempre no adeus
é o que sempre me faz desejar
esse eterno retorno.
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