domingo, 30 de março de 2008

Poucos minutos antes

era eu o oponente,
atento a cada vacilo,
ao instante inerte,
implorando pelo sopro santo
da resposta tardia.

A que determinaria o futuro,
em um passado
remoto.

Mordo o interior da boca,
remonto a ontem
e miro o braço,
fechando como um cadeado
o corpo sedento de tato.

Faíscam os olhos,
lamparinas em meio à tempestade.

Nas margens do silêncio,
ao som da chuva
que inunda a rua
e imuniza a despedida,
teorizo.

Como chegamos aqui
e por que resolvemos
voluntariamente
nos perder,
é fácil dizer.

A razão de nos encontramos

sempre no adeus
é o que sempre me faz desejar
esse eterno retorno.

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