Lá não há fantasmas, não há tempo pra eles.
De repente a carne se despedaça, se separa, cai inerte e pesada, sem vestígios de um dia ter carregado vida.
Como num embrulho de jornal.
O real é aquilo que explode no ouvido, o som que violenta o silêncio.
Aquilo que não tem alma.
Uma assustadora cacofonia soa insistentemente no coração dos que somente esperam, escrita na tensão invisível, inescrutável e incrustada no ar, executada por quimeras de aço e terror.
A respiração é presa como em um clímax. Gritos são encarcerados, soluços sufocados, enquanto se aguarda a morte que, ironicamente, chega silenciosa dentro da poeira, do fogo, ou de lugar nenhum, como no claque seco de um interruptor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário